“Os números são assustadores”. A avaliação foi feita pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), durante seu discurso nesta quinta-feira (14), no Plenário do Senado. A senadora denunciou o aumento do número de mortes e casos de malária entre os povos yanomamis.
De acordo com a senadora, vários parlamentares receberam um ofício da Associação Sanumá, sobre a situação do território indígena Yanomami, na região do pólo base de Auaris. “A Associação aponta a desassistência que as comunidades indígenas da região têm sofrido, o que tem gerado uma série de mortes de todas as idades, dentre outras causas, por malária”, declarou.
Damares também apresentou a ata de reunião da sala de situação de emergência dos Yanomami, realizada no dia 18 de agosto deste ano, no Ministério dos Povos Indígenas. No documento, o representante da Secretaria Nacional de Saúde Indígena (SESAI), Lucas Felipe Carvalho, afirma que o número total de casos do ano passado já foi ultrapassado, chegando a 15.873, onde 48% desses óbitos são de crianças de até 4 anos de idade.
Aumento de mortes e divulgação paralisada
Na mesma ata, o representante da SESAI também informou que houve um aumento de 300% de casos de malária na região do polo base de Auaris. O número de óbitos entre os Yanomamis, de janeiro a julho de 2023 já ultrapassa 157, sendo 33 só na região do polo base de Auaris.
A senadora denunciou também a suspensão do registro de casos de mortes de yanomamis no site do Ministério da Saúde. “A última divulgação ocorreu no final de julho”, destacou.
Síndrome gripal
Além do aumento de mortes e casos de malária, o mesmo documento aponta que houve aumento significativo dos casos de síndrome gripal, fatal para os indígenas com pouca imunidade. O número já chegou a 14.282 nos 6 primeiros meses do ano de 2023. “Em todo o ano de 2022, no governo Bolsonaro, houve um total de 3.203 casos. É um aumento gigantesco em apenas oito meses”, acrescentou a senadora.
Recursos disponíveis
Em abril deste ano, aprovado pelo Congresso Nacional, a Medida Provisória 1168/2023 liberou R$ 640 milhões para cinco ministérios. Do total, R$ 513,3 milhões foram para ações em defesa dos povos indígenas.
“Como estamos vendo, os indígenas continuam sendo acometidos por doenças como malária e síndrome gripal e morrendo em todo o país. Faço um apelo pela vida dos nossos povos indígenas. Não podemos permitir que a história se repita novamente, visto que, durante os governos do PT no passado, por muitos anos, organizações da sociedade civil como o Conselho Indigenista Missionário, já apontavam uma política genocida, como mostra este relatório da violência contra os povos indígenas de 2013”, encerrou a senadora.
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